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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Região de Campinas busca água em lagos e cavas

Imagens de satélites: PCJ mapeou 119 áreas com potencial de suprir pior escassez hídrica em 90 anos


A seca histórica nos rios e represas que formam o Sistema Cantareira tem levado cidades da região de Campinas, no interior paulista, a buscarem em lagos e cavas de mineração desativadas uma alternativa de abastecimento de água na crise. Por meio de imagens de satélites, o Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba Capivari e Jundiaí (PCJ) mapeou 119 áreas com potencial para suprir a escassez hídrica na região, a pior em 90 anos. "É como procurar um oásis no deserto", afirma José Cezar Saad, coordenador do projeto. 

Até o momento, o levantamento apontou para a existência de 61 cavas e 58 pequenos reservatórios. "Agora, vamos fazer um sobrevoo para identificar e confirmar a existência dessas cavas e reservatórios e discutir como elas podem ser aproveitadas", explica Saad. Os possíveis pontos de captação serão apresentados aos 43 municípios e às 30 empresas associadas ao consórcio. Ao todo, a região abrange 76 cidades, onde vivem 5 milhões de pessoas. Caberá aos interessados, prefeituras e empresas de saneamento, levantar informações sobre a propriedade das áreas, negociar o uso da água e avaliar se o recurso é próprio para consumo humano.

"O grande problema é saber se a água tem condição de uso ou se tem algum contaminante que inviabilize seu consumo mesmo após tratamento. Por isso, nossa primeira recomendação será uma análise criteriosa e rigorosa da qualidade da água, conforme as determinações dos órgãos de saúde e de controle, como a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)", afirma Saad. "Muitos municípios já não têm mais água em quantidade suficiente para abastecer a população. Estamos buscando todas as fontes possíveis", completa.

Hoje, dois municípios da região, Cordeirópolis e Saltinho, já estão usando água de cavas de mineração desativadas para suprir o abastecimento público. Mesmo com a fonte alternativa, as duas cidades não conseguiram evitar o racionamento de água, afetando cerca de 30 mil pessoas ao todo. Só na região de Campinas, outras quatro cidades aderiram ao rodízio no abastecimento: Cosmópolis, Nova Odessa, Valinhos e Vinhedo. Em todo Estado, já são ao menos 20 municípios, atingindo mais de 2 milhões de pessoas. 

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